terça-feira, 2 de agosto de 2011


Quem sou eu realmente? Quem é essa pessoa que recebe a todos com um sorriso no rosto? Quem é essa pessoa que ri exageradamente, com sua gargalhada estrondosa, de tudo que dizem? Quem eu me tornei? Nem eu sei, nem eu. Isso me deixa com a mente confusa, com o corpo perturbado, um nó na boca do estômago — de mágoa. Eu me seguro para não chorar — meus lábios começam a se retorcer, e eu os mordo, no intuito de segurar tudo que está preso em mim. Acredite, se eu chorei na frente dos outros, é porque tudo está destruído, mesmo. Aliás, posso contar nos dedos quantas vezes minhas lágrimas escorreram enquanto eu estava em frente a alguém. Confesso, isso não é fácil. Segurar tudo, ser taxada de estranha, diferente, misteriosa, talvez? Minhas madrugadas estão se resumindo em pesadelos, e mais pesadelos, que me tiram do sono profundo — único momento que me sinto em paz, sem sentir nada — me acordam, me fazem delirar, correr pela casa em meio à escuridão, e o pior de tudo, eu não lembro o que me assombrou. Tudo está caminhando pelo caminho errado. Preciso em encontrar. Infelizmente, sentar pensar e pensar, não adianta mais. Felizmente, eu tenho me tornado meio sozinha — a solidão é doce, como algodão-doce. Sabe o que é abrir um pote de sorvete, e ter a surpresa de ser feijão? É assim que eu me sinto todos os dias, a partir do momento que levanto da cama, e consequentemente, me olho no espelho: sendo alguém que não sou. Talvez, eu não me observe: observo apenas uma máscara moldada para o mundo, moldada para enfrentar a sociedade. Porque, ah, quem sou eu realmente, uma ou duas pessoas sabem. Continuo aqui, com esse aperto na garganta, que sufoca, aflige e agonia. Continuo aqui, tentando imaginar o pesadelo da próxima noite, que assombrará. Continuo aqui, tentando descobrir quem sou, realmente.

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